A PF investigou negócios da Alstom com o governo de São Paulo entre 1995
 e 2003, período em que o Estado foi governado por sucessivas 
administrações do PSDB. 
O trabalho da polícia se baseou em informações obtidas primeiro pelo 
Ministério Público da Suíça. O inquérito foi concluído em agosto do ano 
passado e está desde então à espera de um parecer do Ministério Público 
Federal. 
No relatório final do inquérito, o delegado Milton Fornazari Junior cita
 como evidência para indiciar Matarazzo uma troca de mensagens de 1997 
em que executivos da Alstom discutiriam o pagamento de vantagens para o 
PSDB, a Secretaria de Energia e o Tribunal de Contas. 
Embora seu nome não seja mencionado como destinatário de pagamentos, a 
polícia concluiu que ele foi um dos beneficiados por causa da posição 
que ocupava na época de um dos contratos da Alstom. Matarazzo foi 
secretário por oito meses em 1998. 
A PF indiciou Matarazzo por suspeita de corrupção passiva. O procurador 
Rodrigo de Grandis, que está com o inquérito há um ano, disse à Folha 
que não poderia se pronunciar sobre o processo porque ele corre sob 
sigilo. 
Segundo Fornazari, a mensagem que incriminaria Matarazzo se refere a um 
contrato de R$ 72 milhões para fornecimento de equipamentos para a EPTE,
 empresa que era controlada pelo Estado e que mais tarde foi 
privatizada. 
Além de Andrea Matarazzo, a Polícia Federal também indiciou dois 
executivos da Alstom no Brasil e dois ex-dirigentes da EPTE que 
participaram das negociações do contrato, Eduardo José Bernini e 
Henrique Fingermann. 
"Ainda que não haja provas de eles terem recebido valores em espécie, 
está devidamente comprovado nos autos que foram eles, em última 
instância, que possibilitaram o sucesso da implementação [do contrato]",
 afirma o relatório do delegado Fornazari.Fonte: Folha

 
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